Mas estas não foram as únicas novidades nas escolhas do treinador alemão para o encontro com o Moreirense na Luz. Em mês de celebração da revolução dos cravos, Schmidt revolucionou também o onze do Benfica e o que se viu foi a chamada “segunda linha” a deixar sinais muitos positivos. É certo que houve distrações aqui e ali, alguns erros e uma certa intranquilidade, sobretudo no início do jogo, que levaram a pequenos sofrimentos desnecessários. Mas de um modo geral o Benfica fez um bom jogo, assumindo o controlo do mesmo desde cedo e sem nunca o perder.
Das apostas de hoje praticamente todos são merecedores de destaque. Na defesa, Tomás Araújo mostrou-se muito seguro e, apesar de ter jogado apenas 45 minutos, ainda teve tempo de ir lá a frente fazer o seu primeiro golo na equipa principal do Benfica. O miúdo está pronto para assumir. Também Carreras somou boas ações defensivas e ofensivas, combinou muito bem com Tiago Gouveia (que belo jogo do camisola 47!) e provou ser merecedor de mais minutos porque só assim será capaz de evoluir. Ainda neste ponto importa falar de Kokçu e Rollheiser. O primeiro, depois do desentendimento com Schmidt, jogou na sua posição preferida e deu uma belíssima resposta em campo, assumindo da melhor maneira o comando da equipa. Já o argentino, chamado a entrar ao intervalo, encaixou bem na equipa, foi criando perigo e já perto do minuto 80 fez um golo com nota artística. Boa apresentação de Rollheiser.
Alguns destes jogadores fazem-me perguntar: “por que é que não tiveram mais minutos ao longo da época?”. Frequentemente disse por aqui, assim como tantos outros benfiquistas foram comentando noutras redes, que Schmidt tinha à sua disposição um plantel que lhe permitia mexer sem perder a qualidade dentro de campo. Porém, o técnico mostrou-se sempre reticente nesta questão e acabou por apostar quase sempre nos mesmos homens, acabando por levá-los a um cansaço desnecessário e que hoje é bem visível quando jogam. Desperdiçou-se muito talento e este jogo foi a prova disso.